Let there be light....

Esse blog que até então não tinha serventia alguma acabou de ganhar um função, vai servir, pelo menos, pra guardar textos antigos meus. É possível sim que com um pouco de sorte esse blog se torne algo produtivo, ainda que não reprodutivo, mas por hora fica servindo de arquivo mesmo.

Foda-se o mundo que eu não me chamo Raimundo...

Antes que eu me esqueça, a maioria desses textos me dão nauseas só de reler, mas eu não vou ser hipócrita a ponto de renegar meu passado sombrioooo [uivos e barulho de ondas se chocando contra um penhasco]

domingo, 15 de junho de 2008

Dilatação do espaço-tempo...

O ser humano tem uma capacidade incrível de funcionar com o que eu gosto de chamar de “efeito-âncora”. Quando escrevendo código html tem uma função (ou qualquer outra linguagem, pode até mudar a sintaxe mas a função existe em todas) chamada de ancoramento na qual você cria uma referência e põe atalhos no documento que direcionam direto pra aquela referência, pois é, nossa memória funciona exatamente assim.

Certas ocasiões, períodos das nossas vidas, pessoas acabam ficando na nossa memória através de referências indiretas, comigo isso acontece especialmente de duas formas, música e perfumes, não necessariamente nessa ordem de prioridade. A diferença é que perfumes me lembram sempre de pessoas e um dado perfume direciona exclusivamente para uma única pessoa e se por acaso eu lembrar dessa pessoa involuntariamente na mesma hora se estabelece a relação com aquele perfume (sim eu tenho memória olfativa embora me chamem de mentiroso), é uma função bijetora.

Já com música a coisa muda de figura. Músicas costumam se relacionar com dados períodos das nossas vidas, meio que por uma relação de lógica. Dificilmente escutamos uma música uma única vez na vida em um momento determinado e aquilo adquiri relevância suficiente pra ficar gravado para sempre (atente para o DIFICILMENTE, não to dizendo que é impossível).

Eu há pouco, olhando meus vídeos favoritos no youtube achei um que é um cara tocando no piano todas (eu disse TODAS, isso não é uma hipérbole) as músicas da trilha sonora do Zelda de Super NES (e algumas do N64). Quando eu ouvi a primeira música, dos créditos de abertura do jogo, eu fiz uma viagem no tempo que me levou pra 12 anos atrás e de repente aquela nostalgia. Saudades da infância, saudades de amigos que eu nunca mais vi, saudades de coisas que eu nunca mais fiz (e arrependimento por coisas eu deveria ter feito) e principalmente saudade daquela sensação boa de que é tudo fácil, de que não há preocupações relevantes. Só que além disso eu fui fazendo associações em seqüência que me fizeram lembra praticamente tudo da minha vida dos 12 anos aos 16 anos, brincadeiras, paixões de infância (aaaah Maria Clara, tão novinha e tão… GOSTOSA!! Com 14 anos tinha mais peito que metade das mulheres que eu conheço hoje), aulas que eu fui, aulas que faltei, até das desculpas que eu usei pra faltar às aulas.

UMA música fez isso, uma simples música me fez lembrar em segundos de aproximadamente QUATRO anos de uma vida.

Talvez a física relativística explique isso, a dilatação do espaço tempo, a pena é que eu abandonei a física, caso contrário eu poderia quem sabe escrever uma tese teorizando a velocidade do pensamento, poderia concorrer a um prêmio com isso (ou pelo menos teria um pretexto pra tirar meus mestrado e doutorado e mamar nas tetas de alguma universidade pública dando aulas achando que meus alunos são todos uns chimpanzés e bossais. Sim, porque me parece que todo professor da física pensa dessa forma).

Agora eu olho pra trás (fisicamente), vejo meu quarto uma zona, com roupa pra tudo o que é canto, livros no chão, coisas a fazer e a certeza de que eu mudei de curso pensando que minha vida ia melhorar e só esqueci de um detalhe insignificante: mudar de atitude também.

Honestamente, em meio ao caos que vem se alastrando no meu dia a dia eu percebo que o melhor que eu faço é continuar escutando rock progressivo e free jazz, eles combinam muito mais com inconstância dos meus atos.

PS.: Eu adoro me perder em digressões, talvez eu devesse tentar carreira política.

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